Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

domingo, 13 de dezembro de 2020

Metáfora das Estações

 "Metáfora de Estações"

.........................................Fábio de Carvalho Maranhão - PE, 12 de dezembro de 2020, sábado.

 

Passou por mim uma borboleta

Vestida de gratidão, esperança e vida eterna

Não era primavera, não era

Parecia ser, mas que ideia!

Não era...

 

Sobrepôs-se à minha cabeça uma folha

Nem verde nem seca, à meu ver

Mas me causou um deleite

Esperança de outono como enfeite...

 

Caiu uma gota de chuva sobre meu corpo

Nem fria nem quente, eu estava, talvez dormente

Mas me despertou esperança

De fim de inverno, com confiança

Como quem sabe que a próxima estação chegará...

 

Verão as folhas

Verão as flores

Verão as chuvas

Verão as estações

Como esse Verão que também passará...

 

Fábio de Carvalho Maranhão

12.12.2020, Sábado.

(20hs10-20h39min)

terça-feira, 1 de maio de 2018

Irradiante em Vibração / Fábio de Carvalho Fábio de Carvalho Maranhão

O que dizer sobre Ze Ripe, Zé Ripe Rodrigues ou simplesmente Ze, como sempre chamei e costumo chamá-lo? Vamos de Verso...
.
Irradiante em Vibração / Fábio de Carvalho Fábio de Carvalho Maranhão (1º/05/2018).
.
Conheci AMIGO Zé mesm'em um Fórum
De Cultura Popular Pernambucana
2012 foi o ano. Teve quórum.
Pois vi artistas como um plantio de cana.
Mas nenhum me fez sentir o que Ze Ripe
me transmitiu com a sua tal fraternidade.
Amigos desses não se encontram em qualquer'equipe
Em Zé senti uma infinita Humildade.
Trocamos papos camaradas, companheiros.
Não houve voz e violão por desventura.
Mas poesia declamamos com certeiros
versos simbólicos que estavam a altura
daqueles dias passados em nosso Agreste
Pernambucano, em Gravatá, havia pura
estética da arte bela que se preste.
.
Mais uma vez nos encontramos nesses mundos
de poesia, arte pura e infinita.
"Em Conferência Estadual", ambos mais fundos
representando uma das coisas mais bonitas
em meio àquilo que nos faz ir mais além
Zé, pela música, pois ele qual ninguém
sabe bem ser à arte notas infinitas.
Literatura fui enfim representar.
Da a Mata Sul pernambucana construir
o que defendo em nome do que faz sonhar.
Por versos, prosas desde moço m'instrui.
Nesses encontros conheci este AMIGO
que hoje chamo mesmo é de Irmão.
Pois nas palavras de Zé sempre um abrigo
Encontra o meu aflito - as vezes - coração.
.
De lá pra cá a nossa história se desenha
por mãos bondosas do nosso bom Criador.
Vários momentos dividimos. Não há senha
para acessar esta amizade com fervor.
Somos fraternos um ao outro plenamente.
Talvez Confrades das Letras que tudo fala
para eternos, entre as palavras, peito e mente
unidos por esta missão que jamais falha.
Zé, de Palmares, conterrâneo. É sempre vivo.
Eu, palmarense... "Sou da terra dos poetas!!!".
Ambos de solos literários e altivos.
Amigos firmes com essa causa mais concreta.
Meu revisor, já firme e forte com a missão
de eternizar em meus escritos grande meta:
"Sempre estar Vivo em Arte", Deus deu Permissão...
.
Fábio de Carvalho Maranhão
Cortês-PE, terça-feira, 1º de maio de 2018.
- 21h58min - 22h27min -
Biblioteca Particular - Escritório de Trabalho.




domingo, 4 de junho de 2017

Intensidade / Fábio de Carvalho [Maranhão]

Eu tenho comigo uma certeza:
"Quem muito sente, muito ama,
quem ama assim sofre e a tristeza
transborda, e olhando os céus, só clama.".
.
Não por Fé pura ou Devoção.
Tudo é questão de sentimento.
Quem muito ama, talvez, lamento
habitará o seu coração
.
fazendo dele a sua morada.
Isso por que transborda amor
por dentro. Tudo bagunçado
.
vai lhe dizendo na calada:
"Quão é cruel essa tal dor.
Sem ódio e por por fim amordaçado...".
.

Soneto, Domingo(04/06/2017)_13h36min

sábado, 27 de maio de 2017

Abismo do Olhar / Fábio de Carvalho [Maranhão].

Eu não olho
como nos filmes de amor
para quem me deleita
ou me deseja.
Não preciso dos olhos
pois enxergo
com a alma
as vezes inquieta
e sempre em chamas.
Não me perco pelos olhos,
mas,
pelos olhares,
de precipícios e penhascos
que de tão profundos
cegam-me a mente
e a própria visão
menos essa labareda acesa
tão forte
pujante e eterna
que habita em meu coração.

PERNAMBUCO
27/05/2017 - Sábado
Escritório de Trabalho [ Biblioteca Particular]
17h21h - 17h23min


sábado, 13 de maio de 2017

A dor do Amor à Luz da Filosofia / Fábio de Carvalho Maranhão

"Eu deveria escrever algo
falando de amor e de filosofia".
Falou-me um amor, inesperadamente.
.
Mas a ideia confunde-me e vago
perdi-me e perdi de mim a alegria.
Meu coração calou desesperadamente.
.
E enquanto eu imaginava na filosofia morar
vi que é difícil deixar
o amor crescer quando ele próprio se poda.
.
Assim senti uma dor que estar
no comando dessa noite a silenciar
no peito, qual hemorragia, que incomoda...
.
13/05/2017
1h44min - 01h50min
- Foto: Fábio de Carvalho Maranhão / Acervo Pessoal - 

Desprezo Inesperado / Fábio de Carvalho Maranhão

Uma partida inesperada
fez ruir o chão dos meus pés.
E como se tudo não valesse nada
procurei eu por fim o viés.
.
Não fui por fim aquela mesma pessoa
tão do peito eu assim, sentimental.
Mas capaz sei que é o mar, e ressoa
suas ondas de idas e de sal.
.
O gosto da partida é amargo.
Inda mais quando vai sem sentido
e fere qualquer um sentimento.
.
A partida para mim foi um fardo.
Pois o amor assim foi convertido
em missão amarga de lamento...
.
Cortês-PE, sábado, 13/05/2017.
1h33min-1h35min

- Foto: Fábio de Carvalho Maranhão / Acero Pesssoal -

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Paradoxo / Fábio de Carvalho Maranhão

Paradoxo / Fábio de Carvalho Maranhão
.
É, quando, o que te faz feliz também te deixa triste.
É, quando, o que te faz sorrir também te faz chorar.
É quando dorme-se para sonhar, e acaba-se apenas sonhando quando acordado...
-
[ Mas a felicidade é o foco.
Pois o sorriso estando vivo
sai-se da ilusão, e a filosofia passa a ser essência. ]
.
É o que te prende quando te liberta.
É o que não explode de dentro quando enche-se de euforia,
mas principalmente quando a euforia não é apenas adrenalina.
-
[ Pois a liberdade, neste caso, é o fato real.
A explosão é o estado de graça
e a euforia é o que transborda do amor.
.
É o que nos faz viver eliminando-nos.
É o que nos faz cinzas regenerando-nos.
É o que nos compreende não decifrando-nos.
-
[ Mas esta vida é o sentimento.
O refazimento próprio é a redescoberta
de algo que perdendo-se, desiludiu-te...]
.
É a forma de enxergar no escuro, um amor iluminado.
É a saída ou a entrada pela porta dos fundos quando o porta da frente te prende ou te liberta.
É a cresça na esperança quando a esperança que surge é marrom...
-
[ Pois a visão libertária também dar-te asas e promessas realizadas.
E já não importa qual porta abrir, pois o importante é estar lá,
quando o amor descobre, por ele mesmo, que ele nunca acabou... ]
.
Fábio de Carvalho Maranhão
Escritório de Trabalho [Biblioteca Particular]
Cortês-PE, 10/05/2017, quarta-feira (19h13min - 19h31min).

Arte Visual-Digital: Fábio de Carvalho Maranhão [Acervo Pessoal]

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

adeus violão / fábio de carvalho


adeus violão / fábio de carvalho
.
Um Violão nunca estar solitário quando seu músico deixa de tocá-lo.
Mas um Musicista é todo solidão quando deixa de se inspirar.
(...)
O Poeta, não se refugia na escuridão da solidão íntima quando deixa de escrever
Mas quando não vê motivos para dispor no papel, palavras, poéticas...
(...)
O Artista Plástico não deixa de o ser quando perde, quebra ou não compra pinceis, tintas e telas virgens
Mas quando as cores e toda criação deixa de fazer sentido.
(...)
O Cantor não silencia quando deixa de cantar
Mas quando não vê mais graça em entoar o som saído do coração.
(...)
O Ator não deixa de ser ator quando o cenário, o palco, os figurinos, a plateia não aparecem
Mas quando deixa de ir ao encontro de tudo isso e de todos.
(...)
Por que parar?
Até os que não tem pernas vão longe.
Por que parar?
Só saberei a resposta quando o tempo passar...
.
[2712201622002204]

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

a mesma emoção / fábio de carvalho [maranhão]

a mesma emoção / fábio de carvalho [maranhão]
.
A emoção de estar presente é a mesma emoção de estar ausente.
Não há distinção nem semelhança,
ambas são de essências gêmeas.
.
O que te faz sentir algo também te faz deixar de senti-lo.
As causas são as mesmas,
os motivos são semelhantes.
.
O que te faz lembrar também te faz esquecer.
Não há de ser diferente,
sempre será - igualmente - lembrança-amnésia.
.
O que te faz querer também te fará não querer.
O raciocínio será o mesmo,
para o desejo e a fuga.
.
O que te faz viver também te faz morrer.
Os dias, por sinal,
mata-nos aos poucos.
.
O que te faz prosseguir também te lega a parada.
Menos a poesia, menos a palavra,
morta em papel e por emoção eternizada...
.
Pernambuco, quarta-feira.
21/12/2016 - [19381943]


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Pernambucano Nato / Fábio de Carvalho (Maranhão)

Título: Pernambucano Nato
Compositor e Intérprete: Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano
***Música Autobiográfica




Página:
https://www.facebook.com/FabioDeCarvalhoMultiartistaPernambucano/?fref=ts

sentidos da vida / fábio de carvalho maranhão


nova velha poesia / fábio de carvalho maranhão

nova velha poesia / fábio de carvalho maranhão

Faltam-me mãos, às vezes, para escrever palavras de ecos mudos.
Mudas são minhas indagações transcorridas da mente ao coração e papel.
Papel em branco vira corrente hemorrágica de poética angústia.
Angústia vasta é aquela que lava almas em pesadelo e sonho.
Sonhar é não querer enfrentar a realidade.
Reais são os sonhos colhidos cujas mãos não foram rivais.
Mas cada palavra, sonho, colheita e dor têm raízes profundas.
Basta olhar para trás e vê qual das dores chegou primeiro.
Daí olhar o retrovisor de cada ação é aconselhável.
E ao olhar-se ao espelho talvez se veja a semente de um passado colhido agora.
Não custa a ninguém puxar pela memória.
Ainda mais quando a memória é nossa.
Cada palavra nasce como uma semente quando germina.
Nem sempre é preciso terra,
mas é preciso pisar firme no chão...



Pernambuco, 08/12/2016_quinta-feira(19h42min – 19h51min)

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

talvez seja irreal / fábio de carvalho maranhão

talvez seja irreal / fábio de carvalho maranhão

Eu tenho dito e escrito muito sobre essas falsas ilusões
criadas pela ideologia capitalista
fabricadora dessa farsa moralista
para ao interesse dos grandes patrões.

Não me surpreende vê choros e soluços presos na garganta
de quem deseja um brinquedo no “natal”
como se o natal existisse
para aliviar parte do mal.

Mas não! O “natal” ilude e abate
aqueles que alimentados de ideias inúteis
acreditam no mundo sem fúteis
seres que  entre o bem se reparte.

A ilusão se perde na vontade de criança
de vê o burguês-barbudo chegar
para poder lhe presentear,
trazer para os pobres alguma bonança.

Muitos pais acham bonita a juvenil ilusão.
E é sim, mas é perigosa qual rio
de torrentes que nos trás o assobio
da realidade que jaz o coração.

É Natal! Anuncio de tantas alegrias.
Sorrisos, família, presentes e consumo.
Violência e essa guerra do outro lado do mundo
só aumenta e fabrica mais e mais agonia.

É Natal! Muitos órfãos, muitas vidas.
É Natal! Muitos pais, muitas mortes.
É Natal! Muito sonho e saudade... e as idas...
Por que crê neste símbolo burguês tão forte?...

Arte-visual: Acervo Pessoal.

Cortês – Pernambuco. - quarta-feira, 30/11/2016.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

o cego que enxergava / fábio de carvalho maranhão

o cego que enxergava / fábio de carvalho maranhão

Perto de um beco havia uma criança chorando desesperada.
Ninguém a escutava, pois estavam preocupadas com o corre-corre do seu dia.
Logo na outra esquina havia outra criança, desorientada, com a face abatida,
só que ninguém a enxergava, pois só olhavam para a frente o para o próprio nariz.
Depois do sinal havia mais uma criança, vendendo laranjas, mais outra limpando para-brisa e ainda mais uma fazendo malabarismo,
porém, todos que pararam no sinal não gostavam de laranjas, não baixaram os vidros, nem apreciavam as artes do circo de rua.
Depois do quarteirão surgiram mais crianças, com vestes esfarrapadas, latas de coca nas mãos e olhos vermelhos,
andavam de um lado para o outro como se procurassem um tesouro perdido,
mas ninguém reparou naquele amontoado de esperanças perdidas,
ninguém tentou acha-las ou a pressa era mais urgente.
Muitas crianças eram vistas pela cidade, perambulando, como quem foge ou tenta descobrir o mundo.
Debaixo dos viadutos, nas escuras ruas da madrugada, nas vielas e nas ruas movimentadas pela euforia pós-moderna.
Muitas dessas crianças até dormiam no chão,
é que não tinham luxo, nem cobertores usavam.
Outras gostavam dos animais, pois dormiam com cachorros,
e as pessoas que passavam por ali diziam: “Que criança humilde!”.
Mas quase ninguém enxergava essas crianças que nunca iam pra casa.
Ninguém se perguntava o porquê daquelas adoradoras das ruas.
A maioria que passava e não via, não usavam óculos,
talvez lentes...
Logo na esquina, havia um cego, parado com o seu cão de guia,
esperando o sinal fechar, para atravessar a rua com a sua enorme sacola de pães e leite,
para distribuir para a criançada,
que já acostumada com aquele gesto,
esperava do outro lado do sinal.
O nome daquele homem eu desconheço.
Mas não importa o seu nome.
O importante é o gesto.
Mesmo ele sem a visão conseguia enxergar mais do que aquelas pessoas apressadas,
que viam mas não enxergavam, escutavam mas não ouviam...
Logo mais, eu ouvi gritos de alegria.
Vejam só: era a criançada vindo ao encontro daquele senhor sem nome...

Cortês-PE, segunda-feira, 21 de novembro de 2016. - 20h15min – 20h33min.



domingo, 20 de novembro de 2016

poesia do ventre livre / fábio de carvalho maranhão

poesia do ventre livre / fábio de carvalho maranhão

Poesia dos versos livres
me lembram muitas prisões
que ultrapassam as grades e os muros,
as correntes e o pelourinho,
o dendê, o axé e a casa grande
que o Freire recifense registrou.

Eu nunca fui um prisioneiro
nem tão pouco visitei hospedei-me em celas com grades,
não escalei muros de lamentações,
não fui acorrentado nem chicoteado,
mas gosto de dendê, ofereço e recebo axé,
pinto na memória a velha casa viva da estalagem dos engenhos.

Poesia de alma livre
desprende-se de qualquer prisão,
pula qualquer muro,
quebra qualquer corrente,
torra qualquer chicote,
multiplica recebidos axés,
espalha todos os dendês até onde a vista der,
e aprofunda sempre as raízes.

Poesia de alma livre,
não é o que muitos pensam.
É libertar-se de tudo para escrever.
É olhar para todos os lados
e achar-se em todos os lugares.

É por isso que quando escrevo com a alma livre,
sinto-me livre por inteiro,
como essas palavras dispostas e fora do dicionário.

Poesia do ventre livre,
é poder ser pai e mãe da sua obra,
é poder ser genitor e genitora da sua vida,
é poder ser liberto das palavras,
dos sentidos, dos entraves, das sequelas,
da História mal contada, dos palavrões,
do Navio de Angola e das chibatadas.

Poesia do ventre livre é poder dizer sem medo:
“Castro Alves poderia ter sido poeta das pessoas livres,
pois a liberdade era plena”.
É poder dizer que de Castro ecoou a voz dos que foram silenciados.
Mas não se pare poesia livre com as entranhas preconceituosas.
Não se pode gritar “Liberdade” apenas olhando ao espelho.
A poesia do ventre livre somos nós,
que acreditamos na liberdade,
com ou sem luz,
mesmo diante da chibatada da hipocrisia,
que assola a insignificância da fraqueza (des)humana,
renegando a miscigenação,
renegando a  si mesmo,
contradizendo as próprias origens,
abominando a sua Cultura.
  

Cortês-PE, domingo, 20 de novembro/2016 -  dia da Consciência Negra.

Arte-Visual: Fábio de Carvalho (Maranhão) - Acervo Pessoal.